A Polícia Civil da Paraíba vai começar, na próxima semana, a ouvir os profissionais de saúde envolvidos no mutirão oftalmológico realizado na última quinta-feira (15), no Hospital de Clínicas de Campina Grande. O procedimento, que deveria beneficiar pacientes com cirurgias de catarata, acabou provocando graves complicações em pelo menos 29 pessoas, incluindo infecções e até casos de perda total da visão.
A ação foi promovida por uma empresa contratada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), que já confirmou que medicamentos vencidos foram utilizados durante os atendimentos. Após a repercussão do caso, o contrato com a empresa foi encerrado.
Segundo o delegado Paulo Ênio, responsável pela investigação, os primeiros depoimentos serão da equipe médica que atuou no mutirão. Em seguida, representantes do Hospital das Clínicas e possíveis vítimas também serão chamados para prestar esclarecimentos.
As complicações começaram a surgir logo após os procedimentos. Na quarta-feira (21), sete pacientes precisaram passar por novos procedimentos para conter os danos causados. Destes, seis foram submetidos a novas cirurgias e um precisou realizar uma lavagem da câmara anterior do olho. De acordo com a SES, todos os procedimentos foram bem-sucedidos.
A Secretaria de Saúde informou ainda que, dos 29 pacientes afetados, 17 seguem internados em uma clínica credenciada para acompanhamento contínuo. Outros três ainda estão sob observação, avaliando a necessidade de permanecerem internados. Todos os pacientes foram transferidos do Hospital Metropolitano de Santa Rita, na Grande João Pessoa.